quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Quando o Homem entendia os Animais como semelhantes ou mais.

Religião Pré-Histórica

… na margem esquerda do rio Douro, no Vale do Côa, gravadas durante o Paleolítico Superior, em toda sua verdade, grandeza e solenidade; “arte da luz”, contemporânea da “arte das trevas”, da gruta do Escoural em Montemor-o-Novo.
… , como religião cultuando a animalidade na sua divindade, perante a humanidade na sua profanidade: então como sociedade da caçadores-recolectores, seus humildes adoradores.
..  esta religião existiu em tempos remotos, quando os homens viviam unidos aos animais numa unidade agora para nós desconhecida; e ainda e sobretudo na qual não existia superioridade sua em relação aos animais, mas sim inferioridade: …

 nestas margens durienses, as imagens dos animais, como ícones, são as preponderantes, apresentando-se em tamanho grande e realismo rigoroso, perante essas outras dos homens (quando existem), como secundárias, de proporções diminutas e só esquemáticas, excepto quando da representação do sacerdote, o xamã, como eleito intermediário entre a força do divino e o humano.
 ainda que, no sacrifício, há uma participação, usufruição presente da divindade do animal morto, de carácter místico, como ágape-festa: usufruição presente da divindade do animal morto pelo caçador. ….
 o mais importante que constituirá o fundo do testemunho desses homens nossos semelhantes, como remoto caçadores: o sentimento de estado de criatura em relação à divindade dos animais.
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Será legítimo que a possamos denominar, a esta liturgia, um hino à animalidade?
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Porto, 28-11-2008

Dalila Pereira da Costa

http://novaaguia.blogspot.com/2008/12/o-nosso-presente-de-natal-um-texto-de.html

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